Por determinação judicial, dez integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram transferidos, ontem, de presídios estaduais de São Paulo para o sistema penitenciário federal. Todos eles deram entrada na penitenciária federal de Porto Velho (RO).Ao longo do ano, mais de 30 integrantes da facção foram levados de São Paulo para presídios federais. Entre eles, o líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em fevereiro deste ano. Atualmente, ele está na unidade de Brasília.Entre os removidos estão Eduardo Lapa dos Santos e Jailton Bastos de Souza. Segundo o MP (Ministério Público), os dois são acusados de envolvimento no assassinato do agente federal Henry Charles Gama Filho.O servidor trabalhava na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e foi morto a tiros em 12 de abril de 2017, a mando dos líderes do PCC, insatisfeitos com as normas rígidas nas unidades prisionais federais.Lapa e Jailton, além de Edmar Fudimoto, outro removido com o grupo, cumpriam pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 600 km da capital paulista.Os outros sete presidiários transferidos estavam recolhidos na Penitenciária 1 de Avaré, a 265 km da capital.São eles: Alexsandro Roberto Pereira, Willians Marcondes Moraes, Douglas de Aquino Rodrigues, Danilo Fabiano Dias, Roberto Carneiro de Santana, André Ribeiro Cristiano e Alan Peterson Archangelo.As investigações do MP apontam que esses sete presos eram responsáveis pelo setor financeiro do PCC e cuidavam da rifa da organização criminosa, que sorteia carros e apartamentos para seus integrantes como forma de arrecadar dinheiro.Em fevereiro deste ano, a Justiça de São Paulo já havia transferido para presídios federais 15 presos da alta cúpula do PCC, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o número 1 da facção criminosa.O promotor Lincoln Gakiya, que solicitou as transferências, não descarta a remoção de outras lideranças do grupo para unidades federais. Segundo ele, quem planejar a morte de policiais, agentes penitenciários e outras autoridades serão transferidos imediatamente.O governador João Doria (PSDB) tenta se valer de decisões judiciais que determinaram as transferências de chefes do PCC, do sistema penitenciário estadual para o sistema federal, como se fosse uma “produtividade policial” fruto de sua gestão.As medidas, no entanto, são resultado de investigações do MP e de determinações da Justiça paulista. O papel dos governos federal e estadual é, apenas, disponibilizar vagas e de organizar a logística da transferência.Em nota, a SSP informou que “desde o início da atual gestão, as forças de segurança intensificaram o enfrentamento ao crime organizado nas suas mais variadas formas de atuação” e que “segurança pública é uma das prioridades da atual gestão”.“Mais de 30 integrantes de facções criminosas foram transferidos para presídios federais; 146,2 toneladas de drogas foram apreendidas; 46.129 mil criminosos envolvidos com o tráfico foram presos e 10.806 armas apreendidas, sendo 175 fuzis”, informou a pasta, na nota.