A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu na noite de ontem o empresário Abinadab Costa Moraes, 24, suspeito de matar a mulher Ângela Rocha Pereira, 22. A captura aconteceu em um estacionamento de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.
O empresário, que tem um mercado, estava foragido desde terça-feira (26), quando a Justiça decretou a prisão preventiva em razão do feminicídio contra a esposa, em Colniza, a 1.067 km de Cuiabá. Ângela foi encontrada morta na manhã de domingo (24), em um lixão, com sinais de perfurações de arma branca e queimaduras.
Após o crime, o suspeito conseguiu fugir com a filha de 1 ano e 6 meses do casal. A intenção, segundo investigação da Polícia Civil, era sair do país, o que motivou a inclusão do nome dele na lista vermelha da Interpol.
A suspeita era de que o empresário seguiria com a filha para os Estados Unidos através da fronteira com o México. O inquérito conseguiu identificar que um irmão e um bispo brasileiro de uma igreja evangélica, que moram no país norte-americano, transferiram R$ 15 mil para o suspeito sair do Brasil.
A previsão era de que Abinadab deixaria o país neste fim de semana, o que fez as polícias Civil e Militar adiantarem a operação para a noite de ontem, logo após confirmarem o paradeiro do suspeito, em um condomínio no bairro Construmat.
“Tínhamos certeza que ele estava em Várzea Grande. Com o cruzamento de informações, isolamos o condomínio, mas alguém o avisou. Ele pulou o muro e na perseguição, acabou preso escondido embaixo de um carro em uma garagem próximo ao condomínio”, descreveu ao UOL o delegado Bruno França, que comanda o inquérito.
Abinadab deverá ser encaminhado ainda hoje para Colniza, onde deverá ser ouvido sobre o crime. A Polícia Civil ainda não sabe a motivação do assassinato da vítima.
“Analisando as câmeras de segurança da casa, é algo inacreditável. Eles estavam no maior amor, em momento de romance, mas o negócio desandou de uma hora para outra. Alguém deve ter falado alguma coisa para o outro para acontecer essa tragédia.” Delegado Bruno França.
Abinadab está indiciado pelo crime de feminicídio, com as qualificadoras de uso de meio cruel, ocultação de cadáver e prática na presença de descendentes, pois a Polícia Civil diz acreditar que o assassinato aconteceu em frente à criança.