Em 18 de dezembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a MP (Medida Provisória) 890/19, que criou o programa Médicos pelo Brasil, substituto dos Mais Médicos – lançado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT). O antigo programa foi encerrado em 18 de novembro de 2018 e cerca de 18 mil médicos cubanos foram obrigados a escolher: ou voltavam para Cuba, ou seriam considerados desertores pelo governo de seu país.
Mais de 2,5 mil profissionais optaram por permanecer no Brasil sob a penalidade de não poder voltar a Cuba por oito anos. No entanto, impedidos de praticar medicina, foram obrigados a procurar por empregos alternativos. Muitos dos que ficaram aguardavam pela aprovação do Médicos pelo Brasil com a esperança de voltar a trabalhar em sua área.
A realidade, porém, se mostrou diferente para Yulia Molina, Carlos*, Margaret Garcia, Kenia Pérez e outros 500 médicos cubanos que ficaram de fora do novo programa sancionado pelo presidente.
A MP exigia que os médicos cubanos que desejassem trabalhar no Médicos pelo Brasil cumprissem dois requisitos: que estivessem no exercício de suas atividades no Programa Mais Médicos no dia 13 de novembro de 2018, quando o acordo de cooperação foi encerrado pelo governo cubano; e ter permanecido no Brasil até a data da publicação da medida provisória, em 1º de agosto de 2019, na condição de naturalizado, residente ou com pedido de refúgio.