Documento do governo de Jair Bolsonaro enviado à Câmara não prevê novos beneficiários pelo Bolsa Família em 2020. Concretamente, a proposta elaborado pela equipe econômica reduziu os valores destinados ao programa para R$ 29,5 bilhões, diante dos R$ 32 bilhões de 2019.
A peça orçamentária, organizada pela pasta do ministro Paulo Guedes, ainda não contempla uma promessa de Bolsonaro em sua campanha eleitoral, o 13º para os beneficiários do Bolsa Família. Caso os deputados acatem a proposta encaminhada, a cobertura prevista para 2020 será a menor desde 2010, quando 12,8 milhões de famílias foram beneficiadas em média.
No ofício encaminhado pelo Ministério da Cidadania à Câmara, a estimativa é que a mesma cobertura registrada em novembro deste ano, após enxugamentos do Bolsa Família promovidos por Bolsonaro, seja usada para 2020, 13,2 milhões de famílias.
O argumento é que a cobertura do programa tem que ser compatível com o Orçamento. O governo, “ao calcular suas despesas (com o Bolsa Família) para 2020, não incluiu novas famílias beneficiárias em suas projeções”, afirma o documento.
Em média, 220 mil famílias ingressavam no programa até maio passado. Um mês após, em junho, com o aperto do governo, os entrantes caíram para 2.500. Com os patamares sendo mantido baixos, é a primeira vez na história do Bolsa Família que o número de famílias que ingressam ficou tanto tempo abaixo de 10 mil.
A redução drástica ligou o alarme, fazendo com que a Câmara dos Deputados pedisse esclarecimentos ao Ministério da Cidadania. A pasta que é comandada por Osmar Terra, além de não cumprir o prazo de resposta para a Câmara, não esclareceu os questionamentos sobre a fila de espera, que, segundo integrantes do próprio governo de forma não oficial, estimam em 700 mil famílias.
Fonte: Extra Classe